Eduardo Botelho, citado por investigados na Operação Bereré e Bônus, entre eles o empresário Roque Anildo Reinheimer, sócio-proprietário da Santos Capacitação de Pessoal e Treinamento, vai depor hoje (14) para o Gaeco.
O nome do presidente da ALMT aparece em diversos documentos apreendidos nas operações que desmantelaram esquema milionário de fraudes no Detran-MT.
A tendência é o agravamento das acusações contra Botelho e uma medida restritiva não está descartada.
O deputado Mauro Savi foi preso na operação Bônus na semana passada e a Justiça proibiu a ALMT de votar pela soltura. Um parecer da Procuradoria da Casa defendeu a votação, mas o desembargador José Zuquim acolheu entendimento do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio do Núcleo de Ações de Competência Originária (NACO/Criminal) e Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO), de que os deputados estaduais não possuem as mesmas prerrogativas de deputados federais e senadores.
A Procuradoria da Assembleia Legislativa (AL) entrou com um mandado de segurança no Tribunal de Justiça (TJ) para derrubar a decisão. O MS foi distribuído para o desembargador Juvenal Pereira.
Caso a Assembleia seja autorizada a realizar a votação, a sessão não será presidida por Botelho, também investigado no esquema do Detran-MT. Caberá ao vice-presidente Gilmar Fabris conduzir a votação. A ironia é que Fabris foi preso no ano passado na operação Malebolge, desdobramento da Ararath, acusado de tentar obstruir a justiça. Passou 30 dias preso e foi solto por uma Resolução da AL.
Todos os membros da Mesa Diretora da ALMT são investigados em inquéritos de improbidade.
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(14:50h) - Eduardo Botelho depôs durante três horas e negou ter recebido propina do esquema no Detran-MT investigado na Operação Bereré. Ele negou que a empresa Santos Treinamento, ligada à EIG Mercados, seja de fachada e alegou ter entrado apenas como investidor. “Eu não tinha gerência, eu entrei apenas como investidor”, afirmou.
Segundo o MPE, o deputado Botelho é beneficiário de pelo menos R$ 3,4 milhões do esquema de propina no Detran.